Miofascial

O que é a Fascia?

A Fáscia é formada por tecido conjuntivo, que está presente em todos os sistema do corpo humano. A Fáscia contorna músculos e os seus pequenos feixes musculares, envolve órgãos, conferindo-lhe proteção e permitindo o movimento entre eles; permite a separação das varias estruturas sejam elas vasos sanguíneos, nervos, órgãos, músculos, pele, ossos; tem função de suporte das estruturas que envolve, participa na chegada dos vasos sanguíneos às estruturas; auxilia em processos bioquímicos.

Este tecido reveste cada parte do nosso corpo, pelo que se retirássemos cada órgão, músculo, osso, etc. do nosso corpo e só ficasse o tecido fascial, ainda era possível reconhecer essa pessoa porque os seus contornos ficariam mantidos.

tecido miofascial pode lesionar-se com um traumatismo direto sobre ele, por sobrecarga do sistema fascial, por manutenção prolongada de posturas viciosas ou imobilidade prolongada, por lesão química produzida essencialmente por acidificação dos tecidos ou por uma incorrecta interpretação de um estimulo violento, do foro emocional.

O que é a terapia Miofascial?

A Terapia Miofascial faz parte do leque das Terapias Manuais mas vem preencher um vazio no tratamento da dor e da disfunção no paciente com queixas neuro-músculo-esqueléticas. É uma terapia de atuação global uma vez que a fascia é um tecido contínuo que possui na sua rede diversos”sensores”, sejam de pressão, de contração muscular, estiramento, etc., que por uma disfunção nessa zona seja ela muscular, articular, vascular ou outras, vai comprometer a mobilidade deste tecido que, em contra partida, poderá alterar o aporte sanguíneo a essa região. A continuidade pode ser rompida em caso de cicatrizes cirúrgicas, infeções, traumatismos, o que poderá originar como consequência uma restrição da mobilidade do tecido conjuntivo e das estruturas circundantes.

A restrição altera a circulação sanguínea dessa região, dificultando o suprimento de sangue às estruturas irrigadas por esses vasos, podendo levar à isquemia. É comum  encontrarmos partes do músculo com estas alterações isquémicas, facilmente encontradas por serem zonas que desencadeiam dor à pressão, frequentemente denominadas de pontos dolorosos, trigger points, pontos gatilho, triggers miofasciais dependendo do tecido afetado.

As técnicas miofasciais podem dividir-se em técnicas superficiais e técnicas profundas, consoante a intenção seja libertar a fascia superficial ou profunda. Estas são realizadas através de deslizamentos, tração, compressão e/ou fricção do tecido fascial, por forma a melhorar a sua mobilidade.

A continuidade deste sistema torna-se a abordagem ao doente com dor neuro-músculo-esquelético, mais complexa e exigente do ponto de vista da avaliação e consequentemente do tratamento, uma vez que podemos ter uma região dolorosa, sendo a causa dessa dor uma disfunção numa estrutura mais distante,  pelo que essa dor é designada por dor referida.

Ainda há muito por saber sobre como o sistema fascial pode estar relacionado com outros problemas de saúde mas esta abordagem é essencial  no utente com dor neuro-músculo-esquelética.

Mais de 85% da dor, é dor referida (OMS)